A LINGUAGEM DIVINA DO SILÊNCIO




A LINGUAGEM DIVINA DO SILÊNCIO
[...] É difícil esquecer as palavras. Elas se agarram à mente. É difícil jogar fora a rede, porque não só os peixes são capturados, mas o pescador também. Esse é um dos maiores problemas. Trabalhar com palavras é brincar com fogo, porque as palavras tornam-se tão importantes que o significado perde o significado. O símbolo se torna tão pesado que o conteúdo é completamente perdido; a superfície hipnotiza e você esquece o centro. Isso aconteceu em todo o mundo. Cristo é o conteúdo, o cristianismo é apenas uma palavra; Buda é o conteúdo, o dhammapada é apenas uma palavra; Krishna é o conteúdo, o Gita não é nada além de uma armadilha. Mas o Gita é lembrado e Krishna é esquecido. Se você falar de Cristo, é por causa das igrejas, da teologia, da bíblia, das palavras. As pessoas carregam a rede por muitas vidas, sem perceber que aquilo é apenas uma rede, uma armadilha...
Mas por que esse vício pelas palavras? Porque o símbolo parece ser o real. Você acha que a palavra é a realidade. E, se ela se repete muito, a repetição faz com que você se auto-hipnotize... 
... Ouça, mas não as palavras – bem ao lado das palavras o que não tem palavras está sendo transmitido a você. Não fique focado demais nas palavras, basta olhar um pouco de lado, porque a coisa real está sendo transmitida ali. Não ouça o que eu digo, ouça-me! Eu também estou aqui, não apenas as palavras. E se você me ouvir, então todas as palavras serão esquecidas. 
Lembre-se: sempre que um momento de bem-aventurança acontecer, não peça por ele novamente. Não peça que seja repetido, porque toda a repetição diz respeito à mente. Quando esses momento acontecerem, sinta-se feliz e grato e esqueça. O peixe foi pego, esqueça a armadilha. O significado foi capturado, esqueça a palavra. [...]
Osho

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