O QUE VOCÊ FAZ DE BOM RETORNA


"Pintei estas flores a mais de 30 anos, foi em uma tarde na fazenda dos Machados em Quissamã, tempo muito bom em que as minhas preocupações no momento era em me casar e ter um montão de filhos. Depois disto muita água rolou pelas vias sinuosas das estradas por onde passei. Não me casei com o noivo pretendido na época e nem tão pouco tive um caminhão de filhos, eles se resumiram dois e com uma diferença de 13 anos de um para o outro. Os traços da pintura mudaram muito, como eu também mudei, as flores antes vazias em seu miolo hoje já consigo preenche-las e matiza-las com os pincéis que deslizam pelo tecido em ritmo frenético e cadenciado, já pintei tantos panos que não me lembro mais quantos e revirando os moldes eles estão até com sulcos profundos dos grafites que por eles passaram. A pintura é minha válvula de escape, por vezes acordo no meio da madrugada com a tela em minha mente e corro para caixa de tintas e para os brancos panos de algodão e deixo lá a minha imaginação, os meus sonhos, o meu prazer e o meu amor."
Minha afilhada guardou este tesouro e ele retornou a mim e como tudo de bom que você faz te retorna ele retornou para mim como um troféu de incomensurável valor.
Cecilia Rosane

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